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Gratidão

A gratidão é a mais agradável das virtudes. Não é, no entanto, a mais fácil. Por que seria? Há prazeres difíceis ou raros, que nem por isso são menos agradáveis. Quem não prefere receber um presente a um tapa? Agradecer a perdoar? A gratidão é um segundo prazer, que prolonga um primeiro, como um eco de alegria  sentida, como uma felicidade a mais para mais de felicidade. 
 A gratidão é um mistério, não pelo prazer que há com ela, mas pelo obstáculo que com ela vence. É a mais agradável das virtudes, e o mais virtuoso dos prazeres.  A gratidão é dom, a gratidão é partilha, a gratidão é amor. A gratidão se regozija com o que aconteceu, ou com o que é; ela é, portanto, o inverso do arrependimento ou da nostalgia (que sofrem com um passado que foi, ou que não é mais), como também da esperança ou da angústia, que desejam ou temem (desejam e temem!) um futuro que ainda não é, que talvez nunca seja, mas que as tortura com sua ausência…
 A gratidão é alegria,  a gratidão é amor. É por isso que ela se aproxima da caridade, que seria como “uma gratidão sem causa, uma gratidão incondicional, uma gratidão hipotética”. Alegria somada a alegria: amor somado a amor. A gratidão é nisso o segredo da amizade, não pelo sentimento de uma dívida, pois nada se deve aos amigos, mas por superabundância de alegria comum, de alegria recíproca, de alegria partilhada. “A amizade conduz sua dança ao redor do mundo”, dizia Epicuro, “convidando todos a despertar para dar graças.” Obrigado por existir, dizem um ao outro, e ao mundo, e ao universo. Essa gratidão é de fato uma virtude, pois é a felicidade de amar.

Ser agradecido segundo a Palavra de Deus é o que importa.  No Salmo 30:12 diz “Senhor, Deus meu, graças te darei para sempre”. A Bíblia  relata que Daniel dava graças a Deus três vezes ao dia. Ele deixava os seus afazeres, inclinava para Jerusalém e orava agradecendo ao Senhor. O apóstolo Paulo escrevendo sua carta aos filipenses ele disse para que eles não vivessem ansiosos de coisa alguma, mas que em tudo fosse conhecida diante de Deus as petições com gratidão. Ainda  diz: "graças a Deus  que em Cristo Jesus sempre nos conduz em triunfo";  “Dando graças por tudo a Deus Pai, em nome de  nosso Senhor Jesus Cristo”. 
Joseph Bayly escreveu um artigo intitulado “quando é impossível ser grato a Deus”. Nesse artigo ele conta sua experiência, que por sinal, foi muito amarga. Tinha  três filhos e todos eles vieram a morrer, um deles já com dezoito anos.  Diz Bayly que sentiu vontade de chorar e não de agradecer. Estava magoado, ressentido e triste com Deus. Não podia entender o que Deus queria com todo aquele sofrimento que passava. Ele fala que Moisés, Jeremias, Habacuque e outros estiveram bem perto de questionar a ação de Deus. Afirma: “não os vi alegremente dizer louvado seja Deus”. Mas pelo contrário, eles amaldiçoaram o dia em que nasceu. Bayly, diz, todavia, mais tarde eu  os vi também louvando a Deus. Poderia eu ser grato a Deus quando eu questionava o seu julgamento? Poderia eu ser dilacerado emocionalmente e ainda estar absolutamente certo do seu amor? 

O que significa a expressão ser agradecido? Será que é ser agradecido a Deus em toda e  qualquer situação? Até nas situações mais duras e difíceis que se tem que passar? Nas tribulações como as que Paulo passou? Muitas vezes no momento da provação, não há forças para agradecer a Deus, todavia pode-se agradecer a Ele pois  Ele é:  o consolador, a força, o escudo, o baluarte, o salvador. A perda da saude ou a perda de um filho e até  uma situação, uma provação  abrem fendas  entre o homem e Deus, permitindo muitas vezes que satanás entre. 
Paulo não deu graças imediatamente ao espinho na carne, em três ocasiões ele orou para Deus tirar o espinho, mas a resposta do Senhor era apenas essa; a minha graça te basta.  É preciso  aprender a ser grato a Deus por tudo. É muito  importante ser grato. É fácil agradecer por coisas reputadas por boas. Difícil é agradecer por aquelas que não são tão boas aos  olhos, isto é,  quando há sofrimento e angústia.
Todavia, Paulo amadureceu e disse: “porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação”. Esse deve ser o objetivo do cristão, aprender a viver contente em toda situação. Não é um contentamento masoquista, não é uma passividade diante da injustiça, da dor, do sofrimento, mas é a compreensão da Palavra de Deus, que diz:" sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" Rm.8:28. Confiar e crer na Palavra é o caminho para ser grato. 

Rev. Washington Paulo Emrich em 
http://www.ibsweb.com.br/ipsw/index.php?option=com_content&task=view&id=159&Itemid=72 em 10/12/2011 às 1h13min.

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