O texto que lemos nos convida a
uma séria reflexão, que nos remete a algumas perguntas: porque eu sigo a Jesus?
O que é que me impulsiona a servi-lo? O que me atrai nele?
Após o milagre da multiplicação,
grande multidão vai à procura de Jesus, a fim de eliminar as suas dúvidas e
encontrar respostas para as suas mais intrigantes perguntas. Eles perguntam:
que sinais miraculosos tu operas para que creiamos em ti? A multidão não
entendia qual o real significado do discipulado cristão. O interesse da
multidão estava intimamente atrelado a conveniências pessoais. As pessoas
buscam a Deus não por aquilo que Ele é, mas de uma forma utilitarista e
barganhadora, sem nenhum compromisso efetivo com o Senhor e seu reino. (Sl. 23
A benção de Deus acompanha o crente. Não precisamos correr atrás dela).
Após a apresentação da mensagem
desafiadora feita por Jesus, a multidão começa a ir embora, pois diziam que o
discurso do mestre era DURO DEMAIS. Os discípulos não vão embora, mas
murmuram, interrogam-se e Jesus lhes interpela: e Vocês não vão embora? Esta
pergunta tem uma conotação muito profunda, pois remete imediatamente os
discípulos a uma postura transparente e decisiva frente a opção que eles
estavam fazendo. Chegou a hora da verdade! Seguir ou abandonar?
É a resposta de Pedro que vai
preencher as lacunas da indecisão e da ignorância. Hoje as pessoas seguem a
Jesus, mas não sabem quem ele é. E quando se deparam com os desafios da
caminhada rejeitam-no de imediato, alegando que a proposta de vida de Jesus não
se coaduna as suas expectativas e interesses. Quem é Jesus?
1) Jesus é o objeto intransferível da nossa fé
Pedro não fala para onde. A
questão não é tanto para onde vamos, mas com quem vamos. Quem tem Jesus não
precisa de bússola, posto que já está no caminho da vida. Quem vai com Jesus,
não tem duvidas do itinerário. Jesus não indica estradas ou atalhos, Ele é o
caminho perfeito de Deus.
Pedro estava afirmando que sem
Jesus a caminhada não teria sentido. Sem Jesus, eles estariam perdidos,
desamparados. Fora de Jesus não existia esperança. A pergunta de Pedro (Para
quem iremos?) é uma confissão, uma declaração de dependência.
Sem Jesus a nova Jerusalém com
todo o seu resplendor não teria beleza alguma. Sem Jesus, a vida não teria
graça. Sem Jesus, Deus não teria cara, não teria humanidade. Sem Jesus, não
teria salvação, não teria amor de Deus revelado em forma de sacrifício e doação.
Sem Jesus, não teria justificação, nossa condenação estaria declarada. Sem
Jesus não existiria a igreja. Sem Jesus, não teríamos o Espírito Santo. Sem
Jesus, seriamos escravos do pecado. Sem Jesus, a morte triunfaria. Sem Jesus,
não haveria esperança da ressurreição. Sem Jesus, não haveria novos céus e nova
terra. Sem Jesus, não seriamos novas criaturas. Sem Jesus, não seriamos filhos
amados de Deus.
2) Só Jesus tem as palavras quem preenchem o vazio
existencial do ser humano dando real sentido a vida
Para a multidão o discurso de
Jesus era duro demais. As palavras de Jesus serão sempre duras para quem não
quer doar a sua vida motivada pelo amor. As palavras de Jesus sempre serão
desagradáveis para quem opta pelo orgulho, pelo egoísmo, pela pretensão de ser
a partir de si mesmo.
Todavia, para os discípulos as
suas palavras eram de vida eterna. As palavras de Jesus não são uma mera
mensagem oral, não é um conjunto de doutrinas teológicas. Suas palavras estão
ligadas a sua pessoa. A palavra de Jesus e a pessoa dele são realidades
inseparáveis. Suas palavras não podem ser divorciadas da sua vida.
3) Jesus é a revelação plena e absoluta de Deus.
Pedro Diz: Nós cremos e
conhecemos que tu és o santo de Deus. Eles criam porque conheciam e conheciam
porque criam. A fé deles envolvia relacionamento. Não apenas criam! Ter fé não
é o bastante; Deus nos convida para um relacionamento com Ele.
A fé está para transcendência e o
relacionamento para imanência. A fé está para o supra-histórico, o relacionamento
para o histórico.
A fé relacional dos discípulos os
levara a descobrir que aquele carpinteiro de Nazaré, era o santo de Deus. Meu
relacionamento com Deus me permite saber quem ele é. Jesus é a expressão de
quem Deus é e de quem eu devo ser. Ele totalmente Deus e totalmente ser humano.
Na pessoa de Jesus divindade e humanidade estão interligadas. Eterno e
histórico se reconciliam.
Diante de tudo que Jesus é só nos
resta uma alternativa: reconhecer que o seu projeto de vida é o mais fascinante
e convidativo e rendermo-nos a Ele!
por Pr. Josias Novais no site:
http://www.ibjequiezinho.com/site/2008/01/27/fundamentos-do-discipulado-cristao-joao-653-71/
, em 07/05/2012 às 00h56min (editado).