“...Como o filho do homem, que não veio para
ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt
20.28).
Em vista de tudo o que Deus fez, faz e fará pelo seu povo em Cristo, é de se esperar uma
resposta deste povo à ação de Deus. Mas que tipo de resposta deve-se
esperar de nós, pecadores? A Bíblia é clara em revelar que Deus espera que a
vida do cristão, assim como a vida do Cristo, fosse dedicada ao
serviço. Porém, temos dois problemas. Que tipo de serviço devemos prestar
e a quem devemos servir?
Historicamente
podemos perceber o serviço cristão se manifestando de diversas
maneiras. Cada uma destas formas são frutos de circunstâncias sociais,
políticas, culturais e econômicas a que os cristãos foram submetidos ao
longo dos últimos 2.000 anos. Mas, entre erros e acertos do exercício do
serviço cristão, há verdades. Há referenciais. Há uma vontade imutável de Deus.
Quais, então seriam as verdades que existe por trás do chamado para
servir?
Para encontrar estas verdades em meio a inúmeras distorções a respeito do serviço cristão, proponho que primeiramente analisemos alguns mitos relacionados ao servir a Cristo.
Para encontrar estas verdades em meio a inúmeras distorções a respeito do serviço cristão, proponho que primeiramente analisemos alguns mitos relacionados ao servir a Cristo.
1º mito: O mito
Ministerial.
Este mito se baseia
na crença de que o serviço cristão é somente para os vocacionados para o
ministério. Temos então líderes, pastores, missionários, obreiros,
profetas, diáconos, seminaristas, enfim, uma casta de pessoas especiais que
foram apontadas por Deus e, por causa disto, seriam especialmente capacitados
para trabalhar, isto é, servir em favor da igreja. Este tipo de pensamento
causa certa apatia em muitos irmãos que poderiam estar servindo a outras
pessoas e não o fazem por não se sentirem escolhidos por Deus.
2º mito: O mito da recompensa.
2º mito: O mito da recompensa.
Neste mito percebemos
que o serviço cristão é usado como moeda de troca. O sujeito se coloca à
disposição do Reino porque acredita que essa atitude seria garantia de
benefícios divinos. Assim, ele se sujeita ao serviço cristão convicto de
que quanto mais ele se entrega aos outros mais bens materiais, mais curas, mais
milagres, mais livramentos de causas impossíveis, mais coisas boas acontecerão
com ele. Estas pessoas se acham merecedoras de uma vida bem sucedida por
que servem a Deus. E muitas vezes se revoltam contra Deus ou deixam de
servir ao próximo por não sentirem suficientemente recompensadas pelo grande
esforço que fizeram.
3º mito: O mito da
panelinha.
Se encaixam neste
terceiro mito aqueles que restringem o serviço cristão aos irmãos da
fé. Nestes casos vemos pessoas que se voltam totalmente para a igreja ao
mesmo tempo que dão as costas para o mundo. Esse conceito é freqüentemente
praticado pelos separatista bíblicos, que pensam equivocadamente que o amor de
Deus é para aqueles que são santos. Então temos aqui cristãos que cultivam
uma vida fechada em si mesma e que não testemunham para o mundo o amor de Deus.
Preposição
É a partir desses mitos que ofuscam a beleza e a excelência que existe no serviço cristão, que eu quero propor uma reflexão baseada no que Deus fez por nós através do Cristo e, sob o impacto da obra de Cristo, qual deve ser nossa atitude para com todos os que nos cercam. É primordial que entendamos que o serviço cristão não existe para benefício próprio. Muito pelo contrário, ele existe sempre para o benefício do outro.
É a partir desses mitos que ofuscam a beleza e a excelência que existe no serviço cristão, que eu quero propor uma reflexão baseada no que Deus fez por nós através do Cristo e, sob o impacto da obra de Cristo, qual deve ser nossa atitude para com todos os que nos cercam. É primordial que entendamos que o serviço cristão não existe para benefício próprio. Muito pelo contrário, ele existe sempre para o benefício do outro.
Paulo, em Galátas
5.13, disse que fomos chamados para a liberdade, mas não devemos usar esta
liberdade para dar vazão aos nossos desejos egoístas, mas sim para servir uns
aos outros mediante o amor. Podemos então perceber que Paulo compreende
que uma das respostas de um cristão verdadeiro ao amor Deus é exercer este
mesmo amor em relação ao próximo, é servindo ao outro com alegria sem esperar
nenhuma forma de reconhecimento.
Mas, além de
compreender, que devemos servir a todos incondicionalmente, o que mais Deus
espera que compreendamos sobre o serviço cristão? A Bíblia apresenta
vários princípios que podem nortear nossas ações em favor do outro. Em
contraposição aos 3 mitos, vou destacar apenas 3 verdades sobre o serviço
cristão:
1ª verdade: o chamado
para servir é para todos os cristãos.
O reino de Deus,
inaugurado com a entrada de Jesus na História, teve como objetivo formar uma
nova humanidade. Uma das implicações dessa nova humanidade é a compreensão
de que todos nós possuímos um só senhor: Cristo Jesus. O entendimento
desta nova realidade nos leva à conscientização que somos todos servos uns dos
outros. Não possuímos entre nós senhores que dominem.
A reforma protestante
chamou esta verdade de “sacerdócio universal de todos os cristãos” , onde Jesus
Cristo é o grande sumo sacerdote e todos os cristãos partilham desse sacerdócio
na forma de adoração, testemunho e serviço. Logo, o serviço que todo
cristão deve exercer é centrado no modelo de seu Senhor e não nos desejos
corrompidos do seu próprio coração. Independente de nossas funções
eclesiásticas, como membros do corpo de Cristo todos somos chamados ao serviço.
TODOS!
2ª verdade: o chamado para servir não possui garantia de benefícios divinos.
É muito comum percebermos entre os irmãos, alguns que cultivam um relacionamento com Deus baseado em troca de favores. Muitas pessoas acreditam que merecem receber algo de Deus porque são membros ativos de uma igreja (freqüentam os cultos, ofertam regularmente, participam de vigílias, ou seja, cumprem todas as suas obrigações religiosas). Elas acreditam que o simples fato de participarem de uma agenda de eventos da igreja, estão servindo a Deus e portanto merecem ser grandemente abençoados. Por causa de pensamentos como este, muitas pessoas têm tentado manipular a Deus, ordenando que ele atenda aos desejos e caprichos de um coração egoísta.
Um exemplo disso são os fariseus no novo testamento, que sempre se acharam merecedores da bênção de Deus por que cumpriam a lei. A resposta de Jesus foi que as obras que eles faziam eram apenas para serem vistas pelos homens, pois o coração deles estava longe de Deus. O cristão precisa compreender que ele deve servir ao próximo e que deve fazer isso por amor. Quando a atitude de servir é motivada por expectativas de ganhos posteriores de qualquer natureza, não temos uma relação de amor, e sim uma relação capitalista.
A atitude altruísta
do cristão, que surge no coração corrupto do homem, motivada exclusivamente por
Deus, atinge e abençoa o próximo e gera testemunho da obra de Cristo. O
cristão necessita ter sempre em mente que o ato de servir, na perspectiva das
Escrituras, implica numa oposição radical ao sistema de vida mundano. A
essência do serviço motivado pelo amor, vai inspirá-lo a ajudar ao próximo
mesmo que essa ajuda não resulte em nenhum retorno material, financeiro ou de
reconhecimento.
Neste sentido o serviço cristão é:
Submeter-se à vontade
do nosso senhor, Jesus Cristo. É obedecê-Lo mesmo que tenhamos que perder
nossos direitos e negar a nós mesmos. É estar disposto a carregar a nossa
própria cruz. E servir ao próximo porque é isso que Deus espera de nós, e
não porque nós esperamos obter algum benefício. Servir é conseqüência do
que Cristo fez por nós e não um investimento para receber bênçãos no
futuro.
3ª verdade: o chamado
para servir não faz distinção de pessoas.
Um grande teólogo do
século 20, Bonhoeffer disse que a igreja só é igreja quando existe para os
outros. A igreja não existe para si, mas para o mundo. Nós também podemos
afirmar que o cristão só é cristão verdadeiro quando serve aos outros. Quando
existe para o mundo e não para ele mesmo. Nós devemos servir a todos:
ricos, pobres, negros, índios, mulheres e toda sorte de pessoas que estiverem
próximas a nós. O objetivo de servir a todos, indistintamente, visa a
restauração do reino de Deus em toda a sua harmonia. É o governo de Deus
expresso no serviço cristão para a reconciliação da criação com o Pai.
Toda essa reflexão me
faz lembrar uma história muito curiosa que ilustra bem como a compreensão do
serviço cristão pode, na prática, influenciar nossas atitudes.
Havia uma diarista que costumava “dar um jeitinho” para facilitar o seu trabalho de limpeza nos locais em que trabalhava. Sempre que varria a casa, ela costumava esconder a sujeira debaixo do tapete ao invés de recolhê-la com a pá e jogá-la no lixo. Essa diarista foi evangelizada e, após sua conversão, ela começou a recolher a sujeira para jogá-la fora. Questionada sobre sua mudança de comportamento, ela explicou: Agora eu entendo que meu serviço não é para agradar a mim e nem os meus patrões. Depois que eu me converti compreendi o valor do servir a Deus. Faço as coisas corretamente não para ser reconhecida como uma boa diarista, mas faço meu trabalho com capricho para agradar a Jesus.
Havia uma diarista que costumava “dar um jeitinho” para facilitar o seu trabalho de limpeza nos locais em que trabalhava. Sempre que varria a casa, ela costumava esconder a sujeira debaixo do tapete ao invés de recolhê-la com a pá e jogá-la no lixo. Essa diarista foi evangelizada e, após sua conversão, ela começou a recolher a sujeira para jogá-la fora. Questionada sobre sua mudança de comportamento, ela explicou: Agora eu entendo que meu serviço não é para agradar a mim e nem os meus patrões. Depois que eu me converti compreendi o valor do servir a Deus. Faço as coisas corretamente não para ser reconhecida como uma boa diarista, mas faço meu trabalho com capricho para agradar a Jesus.
Assim, como esta
diarista, vocês e, porque não, todos nós, temos a oportunidade de deixarmos o
amor de Deus transformar as nossas atitudes diárias em expressões do Reino de
Deus.
Conclusão
Meu desejo é: “que haja em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus...” a mesma humildade, a mesma disposição e o mesmo amor para com o próximo e que possamos reconhecer que somos servos uns dos outros. Que Deus nos abençoe!
Meu desejo é: “que haja em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus...” a mesma humildade, a mesma disposição e o mesmo amor para com o próximo e que possamos reconhecer que somos servos uns dos outros. Que Deus nos abençoe!